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Foco no Java preocupa pai do Ginga

19.12.08

O professor Luiz Fernando Soares, da PUC-RJ, um dos pais do Ginga, o middleware brasileiro para TV Digital, participou nesta terça-feira, em Brasília, do seminário promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara para debater o processo de implantação do SBTVD. O presidente da Comissão, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), quer avaliar tudo o que já foi feito até agora e identificar os problemas que ainda precisam ser enfrentados. Em especial, com relação à real possibilidade de interatividade.


O professor Luiz Fernando esta preocupado com os rumos que as discussões em torno do Ginga-J andam tomando. "Tem duas coisas no movimento pelo Java que eu, particularmente, não gosto. Nada contra o Java. O Java é bom. Do Java eu gosto. O que está por trás desse movimento em torno do Java é que preocupa, porque pode ser ruim", explica Luiz Fernando.


Primeiro ponto negativo: o atraso que a movimento pelo Java está provocando no processo da interatividade. "Podemos, sim fazer muita coisa só com NCL/Lua. Todo mundo sabe disso. mas parece que não sabe", afirma Luiz Fernando. Segundo ponto negativo: a vantagem competitiva que o Java dará a algumas empresas, prejudicando todo o ecossistema.


"Por isso, vou entrar agora em uma campanha muito grande pelo desenvolvimento de aplicações NCL/Lua, até para contrabalançar um pouco este movimento que vem do Java", diz Luiz Fernando.


A campanha começou com o lançamento do Live CD, semana passada, durante II Encontro da Comunidade Ginga. O Ginga Live CD é uma distribuição do sistema operacional Linux auto-contido em um CD, capaz de ser inicializado, utilizado e encerrado sem a necessidade de instalação do sistema, configurações de hardware e outras tarefas avançadas. O objetivo é oferecer um ambiente de testes de aplicações NCL e NCLua com opções para busca de conteúdo a partir de diversas fontes. Em especial, o site Clube NCL (http://clube.ncl.org.br).


Luiz Fernando chama a atenção também para outro ponto até aqui pouco comentado. "Será que ninguém se preocupa com o software que está entrando na casa de todo mundo? Com Java, você desenvolve a aplicação, ninguém vê e ninguém pode copiar. Com o Ginga NCL a aplicação está ali, na cara, todo mundo vê, você não tem como esconder", diz.


"Isso é muito importante, porque com a interatividade vamos estar coletando como o telespectador age, como ele interage. Será que o telespectador não vai querer saber como isso está acontecendo?", provoca Luiz Fernando.


"Pôr o foco no Java esconde todos esses outros lados", afirma o professor.


 


 



17/12/2008 - 11:15


Autor: Cristina De Luca


Fonte: Convergência Digital




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